Afirmada a Real Existência do Santuário Celestial

 “Ouve então nos céus, assento da tua habitação, a sua oração e a sua súplica, e faze-lhes justiça.” I Reis 8:49

INTRODUÇÃO: Conta-se a história de uma menina que vivia numa grande cidade. Com todas aquelas luzes da cidade, ela nunca teve a oportunidade de ver as estrelas. Certo verão a sua mãe levou-a para passar as férias no campo. Durante a noite, após o pôr-do-sol, as estrelas brilhavam como diamantes no céu. A menininha olhou para cima espantada, e ficou encantada com a beleza daquele céu cheio de estrelas. Então, exclamou: Ah, mamãe, se o céu é tão bonito do lado avesso, que maravilha deve ser do lado certo!

E é verdade! A bíblia mostra a beleza de como é o céu e de como será a eternidade. A bíblia está cheia de detalhes sobre a Nova Jerusalém. Mas, algumas pessoas não acreditam no céu. Há ainda outros que dizem
que o céu não é um lugar real, mas um estado de espírito. Deus quer que nós saibamos como é o céu, para que desejemos estar lá. O céu não é um lugar secreto, que Deus está escondendo de nós, antes Ele o revelou com detalhes.

Durante este trimestre, vamos estudar sobre o santuário celestial e os os aspectos que indicam nossa situação num tempo de juízo divino, onde os nomes dos falsos crentes são retirados do Livro da Vida e os crentes justificados pelo sangue do Cordeiro são ratificados nos registros do Céu.
Segundo o Comentário Bíblico Adventista, no livro da vida “são registrados os nomes de todos os que professam ser filhos de Deus. Os que se afastam de Deus, e que em virtude de sua relutância em abandonar o pecado se tornam endurecidos contra a influência do Espírito Santo, terão seus nomes apagados do livro da vida, e serão destruídos”. – SDABC, vol. 1, pág. 668.

A igreja Adventista do 7º Dia defende duas doutrinas diferentes de quase todas as outras  igrejas;
a) O 4º mandamento, que requer a santificação do sábado e
b) A compreensão correta do estado do ser humano na morte, que é de inconsciência.

Mas há uma doutrina que é seguida somente pelos Adventistas do 7º Dia; é a existência do santuário celestial, onde está a habitação de Deus.

Seguem alguns textos que falam do lugar celestial que Deus preparou para aqueles que O amam:

“Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.” Hebreus 11:16.

“Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” Filipenses 3:20

“Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E, por isso, neste tabernáculo, gememos, aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial; se, todavia, formos encontrados vestidos e não nus. Pois, na verdade, os que estamos neste tabernáculo gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida.” II Coríntios 5:1-4

O céu é real? Algumas pessoas dizem que o céu é apenas um lugar imaginário. Enquanto pensam nesse lugar cheio de fantasias, os problemas ficam mais fáceis de serem resolvidos. O Céu é com certeza um lugar real. A Bíblia nos diz que o céu é o trono de Deus. Ver Isaías 66:1, Atos 7:48-49 e Mateus 5:34-35. Depois da ressurreição e aparição de Jesus, na terra aos Seus discípulos, Ele: “…foi recebido no céu e assentou-se à dextra de Deus.” Marcos 16:19, Atos 7:55-56. “Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus.” Hebreus 9:24. Jesus não só foi adiante de nós, entrando em nosso favor, mas Ele está vivo e tem um ministério atual no céu, servindo como nosso sumo-sacerdote, no verdadeiro tabernáculo feito por Deus. Ver Hebreus 6:19-20; 8:1-2.

Jesus disse que há muitas moradas na casa de Deus e que Ele foi preparar um lugar para nós. Temos a garantia da Sua palavra que um dia Ele voltará, à terra, para nos levar com Ele de volta ao céu. Ver João 14:1-4. Nossa crença em um lar eterno, no céu, é baseada em uma promessa explícita de Jesus. O céu com certeza é um lugar real. O céu realmente existe!

A HABITAÇÃO DE DEUS - Onde está a habitação de Deus? A bíblia menciona que Deus mora nos céus, como vemos em vários textos: “Pois olhou desde o alto do seu santuário, desde os céus o Senhor contemplou a terra.” Salmos 102:19

“Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés; que casa me edificaríeis vós? E qual seria o lugar do meu descanso? Isaías 66:1

Salomão orou na dedicação do templo: “Ouve, pois, a súplica do teu servo, e do teu povo Israel, quando orarem neste lugar; também ouve tu no lugar da tua habitação nos céus; ouve também, e perdoa.” I Reis 8:30

Paulo em uma visão que teve disse: “Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar.” II Coríntios 12:2-4.

Paulo a exortar os Filipenses exclamou: “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” Filipenses 3:20.

Se a habitação oficial de Deus está nos céus, como explicar que Ele também habita com o contrito e humilde de espírito? “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita na eternidade, o qual tem o nome de Santo: habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e vivificar o coração dos contritos.” Isaías 57:15

Deus habita no alto e sublime trono, nos céus; longe da terra, do pecado e da contaminação. O Seu nome é Santo porque está separado de todo mal e não pode tolerar o pecado. Mas Ele habita no coração do contrito de espírito. Contrito é o arrependido; é aquele que sente pesar pelos pecados cometidos. Ele habita no coração do abatido de espírito. Abatido é o desanimado, o ferido e quebrantado; física e moralmente. Deus tem prazer em habitar com aqueles que sofrem, porque Ele sabe o que é o sofrimento: “Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores e que sabe o que é padecer.” Isaías 53:3

“Foi para isso que Ele sofreu todas as coisas e em tudo se tornasse como seus irmãos para ser misericordioso e fiel Sumo-sacerdote nas cousas referentes a Deus e para fazer a propiciação pelos nossos pecados. Pois naquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado é poderoso para socorrer os que são tentados.” Hebreus 2:17 e 18

Hoje Deus faz moradas na humanidade através do Espírito Santo. Qual é o papel do Espírito Santo em nossas vidas? De todos os presentes que Deus tem dado à humanidade, não há um maior do que a presença do Espírito Santo. O Espírito tem muitas funções, papéis e atividades. 1) Ele trabalha nos corações de todas as pessoas e em todos lugares. Jesus disse aos Seus discípulos que enviaria o Espírito ao mundo para convencer “o mundo do pecado, da justiça e do juízo”. Ver João 16:7-11. Todas as pessoas têm uma consciência de que Deus existe, quer admitam ou não, pois o Espírito aplica as verdades de Deus às mentes dos homens para convencê-los com argumentos suficientes e justos de que são pecadores. Responder a essa convicção, ou não, leva os homens à salvação ou à perdição.

A SALA DO TRONO – Em que lugar do céu está localizado o trono de Deus? Por inferência bíblica percebemos que o trono de Deus está no lugar santíssimo do santuário celestial, sendo o lugar santo a habitação pessoal de Deus. A Bíblia mostra-nos que Salomão tinha a sua residência pessoal, mas tinha também a sala do tribunal para julgar as coisas do seu reino. A Bíblia cita alguns julgamentos que Salomão e seus conselheiros fizeram. O que mais salta aos nossos olhos é o caso das duas mulheres que foram julgadas por causa da morte do filho de uma delas, conforme I Reis 3: 16-28.

A designação “trono” denota um lugar de exercer a justiça para manter a ordem. Assim percebemos que Deus tem o Seu trono no lugar santíssimo do santuário celestial. Na Bíblia encontramos várias visões que os filhos de Deus tiveram do trono celestial. A maior parte das visões falam de assembleias e adoração que tiveram lugar. Veja alguns textos: “Cantai louvores a Deus, cantai louvores; cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores. Pois Deus é o Rei de toda a terra, cantai louvores com inteligência. Deus reina sobre os gentios; Deus se assenta sobre o trono da sua santidade.” Salmo 47:6-8

“O Senhor reina; está vestido de majestade. O Senhor se revestiu e cingiu de poder; o mundo também está firmado, e não poderá vacilar. O teu trono está firme desde então; tu és desde a eternidade.” Salmos 93:1-2.

“Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a pura lã; e seu trono era de chamas de fogo, e as suas rodas de fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões assistiam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros.” Daniel 7:9-10

Que dois princípios maravilhosos regem a forma como Deus governa a humanidade? 1) O amor é o princípio geral do governo de Deus. Portanto, se à Ele dirigimo-nos, a lógica deve ser esse amor, isto é, seremos atendidos conforme essa lógica. É isso que simboliza o trono de Deus; o Seu grande amor pela humanidade. 2) A justiça é a regra que todos devem ser medidos. Deus age com amor, até um limite, e quando percebe que não desejamos mudar de vida e comportamentos, aí então Ele age conforme o Seu amor e lei dos mandamentos.

A bíblia assim menciona sobre o carácter de Deus: “A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram.” Salmos 85:10

“Justiça e juízo são a base do teu trono; misericórdia e verdade irão adiante do teu rosto.” Salmos 89:14

“Nuvens e escuridão estão ao redor dele; justiça e juízo são a base do seu trono.” Salmos 97:2

Somos alvo do grande amor de Deus, ou fazemos parte daqueles que serão julgados pelas más ações?

A ADORAÇÃO NO CÉU – Como os anjos prestam adoração a Deus? A maior coisa que podemos aprender dos anjos é a sua obediência instantânea e sem questionamentos às ordens de Deus. Tudo é feito por amor! Os anjos desenvolvem duas funções principais no céu: 1) Eles louvam a Deus. Veja estes textos “Louvai ao Senhor. Louvai ao Senhor desde os céus, louvai-o nas alturas. Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos.” Salmos 148:1-2 e “E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” Isaías 6:3 2) Eles adoram a Deus: Veja estes textos: “E outra vez, quando introduz no mundo o primogénito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.” Hebreus 1:6 e “E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares, que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças. E ouvi a toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que estão no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre.” Apocalipse 5:11-13.

A nossa adoração a Deus pode ser menos expressiva do que a dos anjos? Embora temos experimentado o pecado, e os anjos não, a nossa atitude perante Deus deve ser a mesma que a dos anjos.

O que é adoração? É um ato de minha vontade que denota a minha iniciativa em prestar uma homenagem especial ao Deus que criou-me, mantém-me e salvou-me. Tanto o louvor como a adoração devem ser de forma exclusiva, e como expressão do meu amor e gratidão à Deus.

O que a adoração a Deus promove em minha vida? a) Sensibiliza o meu coração; pois adorar o Criador é uma atitude grandiosa, não é um ato qualquer. b) Edifica a minha fé. Ler a Bíblia, fazer orações, ir à igreja e cantar hinos aumenta a minha fé em Deus. c) Promove a minha semelhança com Cristo, pois “pela contemplação somos transformados”. d) Ajuda-me a ouvir Deus falando comigo. No ato da adoração ninguém pode ter pressa. Deus é perfeito, e a pressa é inimiga da perfeição. Por isso, é importante ter um lugar e um horário para a adoração. e) A adoração expulsa os temores. Maria não teve medo dos preconceitos, embora tivesse recebido algumas críticas dos discípulos por gastar tanto dinheiro com o frasco de perfume. f) Aprofunda o meu relacionamento com Cristo.

Não adianta escrever tratados sobre adoração, pregar sermões sobre adoração, ouvir uma série de reflexões sobre a oração e adoração ou fazer um pacto comunitário de ampliação da adoração; se nada disto tornar-se realidade no nosso quotidiano. Adoração não se efetiva com belos discursos, mas com uma bela prática e com um coração disposto para tal.

Veja estes textos sobre a reverência e a adoração: “Quando os crentes entram na igreja, devem guardar a devida compostura e tomar silenciosamente seu lugar… Conversas vulgares, cochichos e risos, não devem ser permitidos na igreja, nem antes nem depois das reuniões. Uma ardente e profunda piedade deve caracterizar todos os adoradores… Se faltam alguns minutos para o começo do culto, os crentes devem entregar-se à devoção e meditação silenciosa, elevando a alma em oração a Deus para que o culto se torne para eles uma bênção especial, operando a convicção e conversão em outras almas. Devem lembrar-se de que estão presentes ali mensageiros do Céu. Perdemos geralmente muito da suave comunhão com Deus pela nossa falta de quietude e por não nos darmos à reflexão e oração. Se os crentes, ao entrarem na casa de oração, o fizessem com a devida reverência, lembrando-se de que se acham ali na presença do Senhor, seu silêncio redundaria num testemunho eloquente. Os cochichos, risos e conversas, que se poderiam admitir em qualquer outro lugar, não devem ser sancionados na casa em que Deus é adorado. Cumpre preparar o espírito para ouvir a Palavra de Deus, a fim de que esta possa exercer impressão e influir sobre a alma.” Testemunhos Seletos, vol. 2, 194.

“Uma de nossas mais fortes tentações é a irreverência. Deus é altíssimo é santo; e, para a humilde alma crente, Sua casa na terra, o lugar em que Seu povo se reúne para adorá-Lo, é a porta do céu.” Mensagens aos Jovens, 265.

“Não tenhais tão pouca reverência pela casa e o culto de Deus, a ponto de palestrar uns com os outros durante o sermão. Se os que cometem essa falta pudessem ver os anjos de Deus observando-os e anotando suas ações encher-se-iam de vergonha e desprezo de si próprios. Deus quer ouvintes atentos. Foi enquanto os homens dormiam que o inimigo semeou o joio.” Mensagens aos Jovens, 266.

“Deus é que deve ser o objeto exclusivo de nossos pensamentos e adoração. Qualquer coisa tendente a desviar o espírito de seu culto solene e sagrado constitui uma ofensa a Ele.” Testemunhos Seletos, Vol. 2, 202.

O SALÃO DO TRIBUNAL – Geralmente usamos Habacuque 2:20 para solicitar silêncio e reverência no ato de adoração na igreja. Eis o verso: “Mas o Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra.” Habacuque 2:20. A forma correta é usarmos este texto para dizer que Deus, embora pareça estar despreocupado com as injustiças, Ele faz justiça. Ele fez justiça no tempo do profeta Habacuque e já começou o julgamento investigativo no salão do tribunal que está no lugar santíssimo. Veja outro texto: “O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os filhos dos homens. O Senhor prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma. Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; isto será a porção do seu copo.” Salmo 11:4-6.

Como entendemos e explicamos a existência do juízo pré-advento a acontecer hoje no lugar santíssimo? Em Daniel capítulos 2, 7 e 8 falam da mesma profecia. Referem-se aos 5 reinos da terra que exerceram o poder político, em épocas diferentes e sequenciais. Preste atenção e veja como, na visão de Daniel 7, Daniel vê os 4 reinos, e já referindo-se ao último reino ele vê uma cena de julgamento: “Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou; a sua veste era branca como a neve, e o cabelo da sua cabeça como a pura lã; e seu trono era de chamas de fogo, e as suas rodas de fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões assistiam diante dele; assentou-se o juízo, e abriram-se os livros.” Daniel 7:9-10. Ver também o vs 22

Na sequência, e já no capítulo 8 de Daniel Deus lhe revela uma visão da purificação do Santuário: Eis o
texto: “Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício contínuo, e da transgressão assoladora, para que sejam entregues o santuário e o exército, a fim de serem pisados? E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.” Daniel 8:13-14

Quando foi o início e o final desta profecia; e que santuário foi purificado? Ao término das 2.300 tardes e manhãs deveria ocorrer um evento de purificação do Santuário. No cerimonial típico do Antigo Testamento, isso acontecia no décimo dia do sétimo mês, quando o sumo-sacerdote israelita entrava no lugar santíssimo do santuário para o purificar de todos os pecados dos filhos de Israel. Ver Levítico 16:29; 23:27 e 32; 25:9; e Números 29:7. Esse evento era conhecido como o “dia da expiação”, é o tal “Yom Kippur” que os judeus ortodoxos ainda observam. Aqui está o início da contagem do tempo: a saída da ordem para restaurar e edificar Jerusalém. Isso ocorreu na primavera do ano 457 AC, por ordem de Artaxerxes. Veja seu decreto em Esdras 7.

A profecia declara: “Até 2300 tardes e manhãs e o santuário será purificado”. Mas, e agora, como ficamos? Se somarmos 2300 anos a partir da primavera de 457 a.C, chegaremos ao ano de 1844, época que não há mais santuário na terra, pois o último existente foi destruído pelos romanos, no ano 70 d.C. Hoje não há um santuário na terra, mas a profecia, que não falha, é bem clara: “Até 2300 tardes e manhãs e o Santuário será purificado”. Mas, note que a profecia não diz que seria o santuário que existiu em Israel, não diz onde estaria esse Santuário mas, graças a Deus, a Bíblia tem a resposta. Vejamos Hebreus 9:24: “Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus”.

O que tem a ver a entrada de Cristo no santuário celestial com a sua purificação e o juízo? Estudando o ritual do santuário terrestre, podemos entender o santuário celestial. Em Levítico 16:29-34 é dito que a cada ano, no décimo dia do sétimo mês, todo o povo deveria comparecer diante do santuário para que fossem purificados dos seus pecados. Nesse dia, o sumo-sacerdote entrava no lugar santíssimo, onde estava o propiciatório com a arca da aliança contendo os dez mandamentos, para fazer a purificação do santuário; era um dia de juízo, símbolo do juízo de Deus. No capítulo 7 de Daniel, após descrever as ações de poderes perseguidores do povo de Deus, ele descreve nos versos 9 a 13 uma cena incomum, nunca vista antes; Daniel viu uma cena de juízo, como já analisamos

Quando Jesus foi para o céu, Ele assumiu a função de Sacerdote e ficou no lugar santo do santuário. Só depois de 1844 é que Ele passou para o lugar santíssimo para dar início ao juízo de investigação. Este juízo se dará antes da volta de Jesus, pois é mais do que justo, Deus já ter decidido, com antecedência, o destino daqueles que serão salvos, e daqueles que se perderão. A Palavra menciona: “Eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.” Apoc. 22:12. Quando Jesus retornar, tudo já estará definido. Os bodes estarão do lado esquerdo e as ovelhas do lado direito. Alguém pode dizer que Deus pode realizar o juízo num estalar de dedos, e não precisa de um julgamento de tantos anos, como sugerido desde 1844 em diante. É verdade, Deus pode! Mas, se temos as profecias bíblicas tão bem explicadas para alguma coisa serve, que é para serem estudadas, compreendidas e obedecidas. Sem contar que Deus gosta de deixar tudo explicadinho para que ninguém tenha de que O acusar.

LUGAR DE SALVAÇÃO – Além de realizar o juízo, o que mais Jesus está fazendo hoje no santuário celestial? Ele está operando a nossa salvação! Veja este texto: “Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo-sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade, ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem.” Hebreus 8:1-2.

A Bíblia ensina-nos que que Cristo está a ministrar no santuário celestial como Sumo-Sacerdote. A Sua intervenção está centrada na nossa salvação pois Ele comparece por nós diante da face de Deus, como vemos: “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus.” Hebreus 9:24.

O lugar onde Deus e Cristo habitam, no santuário celestial está franqueado a todas as pessoas que desejarem. É absurdo imaginar que uma pessoa possa ser salva, no reino celestial de Deus, sem estar preparada para habitar em um lugar puro e santo. O propósito dos céus é reunir todas as pessoas e salvar todas as que desejarem ser salvas.

Como posso ser salvo? Somos todos infectados com o pecado. Ver Romanos 3:23. Nascemos com o pecado. Ver Salmo 51:5, e todos nós pessoalmente escolhemos pecar. Ver Eclesiastes 7:20 e I João 1:8. O pecado é o que nos tira a salvação por nos separar de Deus e nos colocar no caminho para a destruição eterna. Como estar salvo trata de onde passaremos a eternidade depois de Jesus voltar, não há questão mais importante do que o nosso destino eterno. Felizmente, a Bíblia é bastante clara sobre como uma pessoa pode ser salva. O carcereiro de Filipos perguntou a Paulo e Silas: “Senhores! O que é necessário fazer para salvar-me?” Atos 16:30. Paulo e Silas responderam: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo” Atos 16:31

Deus já fez tudo o que precisava ser feito. Tudo o que você deve fazer é receber, em fé, a salvação que Deus oferece. Ver Efésios 2:8-9. Confie somente em Jesus como o pagamento por seus pecados. Acredite nele e você não perecerá. Ver João 3:16. Deus lhe está oferecendo a salvação como um dom. Tudo que você necessita fazer é aceitá-la. Jesus é o Caminho da salvação. João 14:6.

Hoje a salvação está disponível a todos, mas chegará o dia em que Jesus sairá do lugar santíssimo do santuário celestial e deixará de interceder pelos pecadores, aí o caso de todos estará decidido para sempre. Veja estes textos: “E o templo encheu-se com a fumaça da glória de Deus e do seu poder; e ninguém podia entrar no templo, até que se consumassem as sete pragas dos sete anjos.” Apocalipse 15:8

“E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande voz do templo do céu, do trono, dizendo: Está feito.” Apocalipse 16:17

“Quem é injusto, seja injusto ainda; e quem é sujo, seja sujo ainda; e quem é justo, seja justificado ainda; e quem é santo, seja santificado ainda.” Apocalipse 22:11

A porta da graça ainda está aberta, e a melhor coisa que temos de fazer é aceitar jesus como nosso salvador!. Veja este maravilhoso texto: “Visto que temos um grande sumo-sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo-sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.” Hebreus 4:14-16

A lei de Deus é uma pequena expressão do caráter e da vontade de Deus que só foi revelado plenamente em Cristo e em Seus ensinos os quais aprofundaram, mudaram e reformaram certos ensinos antigos. A lei foi uma carta de diretrizes básicas e elementares que exerceu o seu papel no Antigo e no Novo Testamentos. A lei leva à Cristo que destaca-Se pela Sua bondade, graça e misericórdia, unido a Sua justiça e Sua ira contra toda injustiça aplicada em Seu Filho em nosso lugar. O Evangelho é essencialmente a cruz que revela todo o coração de Deus para nos salvar. A lei que, em parte, reflete o caráter de Deus é obedecida por todos os que são salvos por Jesus.

Veja este texto: “A morada do Rei dos reis, em que milhares de milhares O servem, e milhões de milhões estão em pé diante dele. Daniel 7:10. Na verdade, aquele templo, repleto da glória do trono eterno, onde serafins, os seus resplandecentes guardas, cobrem a face em adoração, não poderia encontrar na estrutura mais magnificente alguma vez feita por mãos humanas, senão um pálido reflexo da sua imensidão e glória. Contudo, verdades importantes relativas ao santuário celestial e a grande obra ali efetuada para a redenção do homem eram ensinadas pelo santuário terrestre e pelos seus serviços.” O Grande Conflito, 345

Comentários Ellen White
A Existência do Santuário Celestial
Repetidamente encontramos nos escritos de Ellen G. White afirmações sobre a realidade do santuário celestial, seu mobiliário, bem como seu ministério. Uma destas afirmações foi escrita na década de 1880, ao descrever ela a experiência dos crentes no advento após o desapontamento: {CS 17.1}
“Como foi declarado, o santuário terrestre fora construído por Moisés, conforme o modelo a ele mostrado no monte. Era uma figura para o tempo então presente, no qual se ofereciam tanto dons como sacrifícios; seus dois lugares santos eram ‘figuras das coisas que estão no Céu’; Cristo, nosso grande Sumo Sacerdote, é ‘ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem.” — Patriarcas e Profetas, 369. {CS 17.2}
“O santuário do Céu, no qual Jesus ministra em nosso favor, é o grande original, de que o santuário construído por Moisés foi uma cópia. ... {CS 17.3}
“O esplendor sem-par do tabernáculo terrestre refletia à vista humana as glórias do templo celestial em que Cristo, nosso Precursor, ministra por nós perante o trono de Deus.” — O Grande Conflito, 412, 413. {CS 17.4}
“Assim como o santuário na Terra tinha dois compartimentos: o santo e o santíssimo, assim há dois lugares santos no santuário no Céu. E a arca contendo a lei de Deus, o altar de incenso e outros instrumentos de serviço encontrados no santuário terrestre têm seu equivalente no santuário lá do alto. Em santa visão permitiu-se que o apóstolo João entrasse no Céu, e ele contemplou ali o candelabro e o altar de incenso, e, quando se abriu o templo de Deus, ele contemplou também ‘a arca do Seu concerto’”. Apocalipse 4:5; 8:3; 11:19. — The Spirit of Prophecy 4:260, 261. {CS 17.5}
“Assim, os que estavam a estudar o assunto encontraram prova indiscutível da existência de um santuário no Céu. Moisés fez o santuário terrestre segundo o modelo que lhe foi mostrado. Paulo ensina que aquele modelo era o verdadeiro santuário que está no Céu. E João dá testemunho de que o viu no Céu.” — O Grande Conflito, 413, 414. {CS 17.6}
Antes ela havia escrito com ênfase sobre o mobiliário: {CS 18.1}
“Foi-me também mostrado um santuário sobre a Terra, contendo dois compartimentos. Parecia-se com o do Céu, e foi-me dito que era uma figura do celestial. O aparelhamento do primeiro compartimento do santuário terrestre era semelhante ao do primeiro compartimento do celestial. O véu ergueu-se e eu olhei para o santo dos santos, e vi que os aprestos eram os mesmos do lugar santíssimo do santuário celestial.” — Primeiros Escritos, 252, 253. {CS 18.2}
A arca e a lei no santuário celestial
Em diferentes ocasiões ela falou e escreveu sobre a arca no lugar santíssimo do santuário celestial. Uma dessas afirmações foi feita em um sermão pregado em Orebro, Suécia, em 1886. {CS 18.3}
“Eu vos admoesto, não coloqueis vossa influência contra os mandamentos de Deus. A lei é tal como Jeová a escreveu no templo do Céu. O homem pode pisar sobre sua cópia aqui na Terra, mas o original está guardado na arca de Deus no Céu; e sobre a cobertura desta arca, logo abaixo da lei, está o propiciatório. Jesus permanece justo ali, perante a arca, para mediar em favor do homem.” — The S.D.A. Bible Commentary 1:109. {CS 18.4}
E em 1903 de novo ela escreveu sobre a real existência do santuário: {CS 18.5}
“Muito eu poderia dizer sobre o santuário; a arca contém a lei de Deus; a cobertura da arca, que é o propiciatório; os anjos em ambas as extremidades da arca; e outras coisas relacionadas com o santuário celestial e com o grande dia da expiação. Eu poderia dizer muito sobre os mistérios do Céu, mas meus lábios estão fechados. Não tenho disposição para procurar descrevê-los.” — Carta 253, 1903. {CS 18.6}
Enganos dos últimos dias não envolverão a verdade vital
É claro que nosso adversário, Satanás, procurará abalar a fé do povo de Deus na doutrina do Santuário nestes “últimos dias”. Ellen White escreveu: {CS 18.7}
“O Salvador predisse que nos últimos dias apareceriam falsos profetas, e atrairiam os discípulos após si; e também que os que neste tempo de perigo permanecessem fiéis à verdade que está especificada no livro de Apocalipse, teriam de enfrentar erros doutrinários tão especiosos que, se possível, enganariam os próprios escolhidos. {CS 18.8}
“Deus apreciaria que todo sentimento de fidelidade prevalecesse. Satanás pode habilmente disputar o jogo da vida com muitas almas, e ele age do modo mais furtivo e enganador a fim de espoliar a fé do povo de Deus e desencorajá-lo. ... Ele opera hoje como operou no Céu — dividir o povo de Deus justo nesta última fase da história da Terra. Procura criar dissensões e despertar contenda e discussões, e remover, se possível, os velhos marcos da verdade entregue ao povo de Deus. Ele procura fazer parecer como se o Senhor Se contradissesse a Si mesmo. {CS 19.1}
“É quando Satanás aparece como anjo de luz que ele apanha as almas em seu laço, enganando-as. Homens que pretendem ter sido ensinados por Deus, adotarão teorias falsas, e em seu ensino adornarão essas teorias de modo a introduzirem enganos satânicos. Assim Satanás será apresentado como anjo de luz, e terá a oportunidade de mostrar suas agradáveis fábulas. {CS 19.2}
“Esses falsos profetas terão de ser enfrentados. Eles farão esforço para enganar a muitos, levando-os a aceitar falsas teorias. Muitos textos bíblicos serão mal aplicados de tal modo que teorias enganadoras parecerão ser baseadas na palavra que Deus proferiu. A preciosa verdade será trabalhada de modo que fortaleça e confirme o erro. Esses falsos profetas, que pretendem ser ensinados por Deus, tomarão belos textos que foram dados para adornar a verdade, e os usarão como manto de justiça para cobrir teorias falsas e perigosas. E mesmo alguns dos que em tempos passados honraram ao Senhor, afastar-se-ão da verdade a ponto de advogar teorias extraviadoras referentes a muitos aspectos da verdade, inclusive a questão do santuário.” — Manuscrito 11, 1906. (Destaque suprido.) {CS 19.3}
Poucas semanas mais tarde ela acrescentou estas palavras sobre a importância de uma correta compreensão desta verdade: {CS 19.4}

“Eu sei que a questão do santuário se firma em justiça e verdade, tal como a temos mantido por tantos anos. O inimigo é que desvia os espíritos para atalhos ao lado. Ele folga quando os que conhecem a verdade se absorvem em coligir textos escriturísticos para amontoar em torno de teorias erróneas, sem fundamento na verdade. As passagens bíblicas assim usadas, são mal aplicadas; não foram dadas para corroborar o erro, mas para robustecer a verdade.” — Obreiros Evangélicos, 303. {CS 19.5}

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